Vazamentos revelam uso de dados de navegação pelo algoritmo de busca do Google, favorecendo conteúdos específicos
Um recente vazamento de informações revelou detalhes sobre o funcionamento do algoritmo de busca do Google, suscitando debates sobre ética e transparência no uso de dados de navegação. Os códigos com o algoritmo da plataforma estavam disponíveis no GitHub desde março, mas só ganharam destaque após a divulgação de artigos dos especialistas SEO Fishkin e Mike King no final de maio.
Além dos códigos, os pesquisadores receberam dicas de uma fonte anônima, posteriormente identificada como o especialista em SEO turco Ergan Azimi. Os textos divulgados por Fishkin e King revelam que o Google analisa o número de cliques, o tempo na página e o "bounce back" (índice de rejeição) para determinar a relevância de um site na busca. Sites com autoridade e conteúdo de qualidade são privilegiados, e conteúdos com identificação de autor, páginas com vídeos e tempo de existência também são considerados.
O vazamento também expôs práticas questionáveis do Google, como a gravação de voz de crianças, o armazenamento de placa de carros capturadas pelo Street View, e o uso de dados deletados por usuários. Embora a empresa tenha corrigido os problemas reportados em mais de 2.700 páginas de relatórios entre 2013 e 2016, não divulgou as violações ao público, levantando preocupações sobre a transparência e a privacidade dos usuários.
A diretora da entidade em defesa da proteção de dados, Mariana Rielli, aponta que os vazamentos evidenciam os impactos não previstos da rápida adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial. Ela ressalta que, como as informações divulgadas não incluem detalhes de localização, não é possível determinar se houve violações de leis de proteção de dados.
Publicada por: Leandro Borges
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